Apesar de o bom senso e de meu apreço à discrição gritarem para que eu não me manifeste, permitirei-me escrever algumas linhas sobre o assunto .
Há pouco mais de três anos, tive sérios motivos para me desgastar com essa pessoa . Sei de outras pessoas que também tiveram . Pessoas, é bom que se diga, que ousaram um contato mais profundo do que via-blogs . Pessoas que, como eu, acreditavam-na dona de uma saúde muito frágil (ela tem , segundo sei, idade aproximada à de minha mãe, algo em torno dos 60) e viram nela alguém afável -- frise-se : por um tempo curtíssimo e enquanto não se teve ensejo para uma confrontação com sua verdadeira índole .
Com os episódios recentes, confirmou-se : seu séquito é formado, basicamente, por pessoas que nunca a viram ou que pouquíssimo conviveram com ela .
Para administrar uma existência virtualmente e, de quebra, amealhar tantos seguidores mundo afora, talvez não se precise mais do que tempo sobrando para navegação contínua e distribuição de agrados na medida certa (atitude à qual o Dennis D. aludiu em comentário no blog da Cora) . Mas, quando real e virtual se misturam e uma das pessoas sente-se inepta para viver inteira/íntegra também na esfera do real, aí tudo se complica .
E lá vamos nós, renitentes em manifestar-nos sobre esses estranhíssimos acontecimentos . Comecei, agora vou em frente .
Reputo como preâmbulo de meus contatos com essa pessoa um mal-entendido . Comprei-lhe a antipatia - fui saber tempos depois - quando fiz um post, refutando outro que ela fizera em seu blog . Segundo me recordo, nesse post a tal senhora afirmava não menos que peremptoriamente que Baudrillard seria um apólogo da revolução virtual . Já perto do final de nossos contatos, em uma conversa por telefone, vim a saber que ela lera meu post pouco após eu publicá-lo e por seu tom percebi que o desagrado por ser contestada do modo como o fiz ficou-lhe a latejar por todo o curto tempo de nossos caudalosos diálogos .
Àquela altura (do post sobre Baudrillard), não nos linkávamos e, pouco depois, algumas coincidências pareceram diluir aquele mal-entendido inicial.
Ingressei na PUC do Rio em 1984, pretendendo habilitar-me em Antropologia . Meu pai foi transferido para Belém em seguida (1985) e lá ingressei na UFPA . Entre as disciplinas que cursei como aluna de Ciências Sociais da Universidade Federal do Pará havia pelo menos duas do departamento de Filosofia : Introdução à Filosofia (não me recordo do nome do professor, mas devo ter essa informação nas pastas com conteúdo programático das faculdades pelas quais passei) ; a outra disciplina era "História da Filosofia", ministrada pela professora Angela Maroja (já falei sobre ela aqui).
Agora, em meio a todo alarido e a poeira que se levantou, surgem elementos para explicar por que conversamos tão pouco sobre nossas experiências na UFPA -- eu como aluna, ela como professora .
Deixei de me comunicar com essa senhora depois do episódio da deleção do blog de um dos participantes do Collectanea . Sobre esse assunto, que a envolvia diretamente, algumas pessoas, sabedoras de suas "oscilações de ânimo" , seguiram a linha do "abafar" o caso ; entre estas , houve as que, mesmo menos assíduas , continuaram postando no blog -- que chegou a reunir mais de vinte participantes . Houve, ainda, quem parecesse sequer suspeitar de que algo anormal ocorria . Coincidentemente ou não, todos os reveses havidos ali se deram a partir do momento em que essa pessoa iniciou sua participação . A sobrevida do Collectanea, penso, se deveu aos que, sabiamente, continuaram a se expressar, passando ao largo de rusgas e do que ia nos "subterrâneos" .
E agora, o que há por trás de toda essa situação ? Uma pessoa padecendo de distúrbio mental ? Alguém com sérias falhas de caráter ? Francamente, essas não são dúvidas sobre as quais me debruce . A essas questões os membros de seu séquito, certamente -- ora dividido entre estupefato e enfurecido -- , saberão responder (conforme, ao que parece, já vêm tentando fazer) .
Depois de me aborrecer mais do que deveria ter-me permitido, no fundo, achava que as feitas e desfeitas dessa senhora um dia viriam à tona. Não vou resistir a parafrasear o dito ultra-batido: enganar todos por todo o tempo é tarefa para lá de hercúlea . Como se viu , nem a propalada "raríssima inteligência" da ex-professora de filosofia poupou-a de ser enredada nas próprias armadilhas .
A que ponto pode ir a superficialidade das relações por aqui ! Acho estranhíssimo que nunca se tenha suspeitado que não é de agora que a mulher e seus "heterônimos" aprontam . Uma pesquisa a uma conhecida lista de discussão sobre samba e choro (período 2000-2002) seria bastante elucidativa sobre o que a personagem e seus múltiplos são capazes de fazer . Devo confessar que andei desperdiçando meu instrumental jornalístico com algo que deveria ter ido para o limbo (com toda a decepção, tristeza e raiva sentidas) quando , em meados de 2003, removi determinado link deste blog.
Ainda mais do que já julgava naquela ocasião, penso que não devo me envolver com essa história . Desta feita, sublinho, meu envolvimento não irá além do que aqui escrevo .
Mais do que confortar-me , impressiona-me o fato de que a farsa tenha começado a ser desmontada justamente por aqueles que viam nessa pessoa apenas qualidades .
A despeito do que podem fazer depreender as experiências aqui relatadas, sempre senti-me excessivamente refratária às relações travadas no virtual . Agora, encontro outros tantos motivos para reforçar minha cautela . O certo é que continuo aberta a uma convivência saudável além-da-web com aqueles que linkam este blog -- muitos dos quais conheço apenas virtualmente -- e, claro, com meus outros leitores .
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