"Simulacros, ciúmes e covardia"
A extraordinária capacidade humana para a mesquinharia sempre me assustou.
Não acreditei na mensagem que deixaram no mural do "Caderno Mágico".
A pessoa, auto-identificada como "a verdade", num texto repleto de ofensas e absurdos outros, pretende fornecer instruções acerca de como elaborar um "blog padrão".
Já tive o desprazer de conhecer espécimes do gênero (homo pusillanime). O tipo humano em questão costuma não admitir a existência de nada que se afigure mais interessante do que o concebido por ele. Agora, o que afigura-se-lhe o último grau do intolerável é ter de testemunhar o reconhecimento da competência alheia ; aplausos e elogios dispensados a outros que não ele.
O psicanalista Renato Mezan e o jornalista Zuenir Ventura (entre tantos outros autores) escreveram livros com abordagens interessantes sobre esse sentimento cuja designação não ouso grafar aqui.
Não deixa de ser ilustrativo, contudo, registrar que sua raíz latina (in-videre) significa "não-ver". Por extensão : NÃO querer ver.
Recentemente, passei a lidar com a delicada questão da seguinte maneira :
Admitir que não disponho de subsídios para ajudar esses atormentados é o primeiro passo. Ignorá-los, o segundo .
Dennis, não se aborreça . A criatura não merece uma linha sequer de quote .
Continue escrevendo para os que o lêem de mente aberta .
. . . . .
A propósito ,
Quanta gente desperdiçando horas na Internet, ao invés de destiná-las a uma boa terapia.
Manifestar-se nos weblogs (listas, fóruns & afins) deve produzir, eventualmente, algum benefício de ordem psicológica.
Mas, fazer da WEB (como alguns que conheço) foro principal para a administração das próprias mazelas e exposição das alheias é o poço.
[Adriana Paiva ]
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