sábado




* Vale do Anhangabaú. São Paulo, 1998

Edilberto Coutinho, em artigo intitulado "Contra o Tabu da Bola" -- publicado no JB em 23/12/1989 -- , comentava pesquisa de Betty Milan:



" (...) Embora servindo para mobilizar - e imobilizar - multidões , a serviço dos poderosos do dia (seja na Itália de Benito Mussolini ou no Brasil de Emílio Médici) , no futebol termina prevalecendo o lado lúdico (...)
A reflexão sociológica (e mesmo filosófica) de Betty Milan mostra, à maravilha, que o futebol não serve somente para fazer vibrar as almas frustradas e os sem-cultura (...)
O futebol aportou aqui elitista e racista, cheio de nove-horas e de não-me-toques, prática proibida para pretos, mulatos e brancos pobres. Durou décadas até chegar ao povo e engrandecer-se. Virou loucura coletiva e religiosidade popular, como aconteceria também ao Carnaval: complexos culturais com a marca morena do brasileiro, da mulatice brasileira ..."

. . . . . .

"Traços a Esmo" (Graciliano Ramos , sob o pseudônimo J. Calisto ) :



" Pensa-se em introduzir o futebol, nesta terra. É uma lembrança que, certamente, será bem recebida pelo público, que, de ordinário, adora as novidades. Vai ser, por algum tempo, a mania, a maluqueira, a idéia fixa de muita gente (...) vai haver por aí uma excitação, um furor dos demônios, um entusiasmo de fogo de palha capaz de durar bem um mês (...) "

[ Trecho de crônica publicada no periódico alagoano "O Índio" , em 1921 .
* Foto : Copa 1998 - Torcida popular acompanha partida da seleção brasileira através de telão instalado no centro de São Paulo . Por Adriana Paiva ] .






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